quinta-feira, 31 de maio de 2012

Notas breves







- Essa foto é da minha futura rua. É bem tranquila, como em geral são as ruas secundárias de Islamabade. Já as avenidas principais são amplas e bem pavimentadas.


- Há uma variedade grande de frutas no país. Cheguei tarde para a temporada de morangos, mas a de manga começa em 15 dias. Já comi algumas e são maravilhosas. Na temporada é para ser ainda melhor.


- Janta nos melhores restaurantes da cidade sai por cerca de 10 dólares.


- Uma coisa que me chamou a atenção nos jornais é a liberdade para escrever sobre suicídios (tema tabu na imprensa brasileira). Em uma semana aqui, já vi quatro notícias sobre suícidios nos jornais, sendo 3 menores de idade.


- O calor é demais. Agora são 23h30 e faz 33 graus.


- A energia elétrica cai de duas em duas horas mais ou menos. Algumas regiões do país chegam a ficar de 14 a 18 horas por dia sem luz. Sobrevivemos com geradores, não tem outra alternativa.


- As cozinhas paquistanesas não estão preparadas para receber geladeiras. É sempre um lugar meio improvisado.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Vestir-se no Paquistão


Sem dúvida, o maior (ou talvez o mais visível) choque cultural ao desembarcar no Paquistão sejam as roupas. Não sem certa antecipação, claro, afinal, o que mais me perguntavam antes de eu deixar o Brasil era se eu teria que usar o famoso véu para cobrir o cabelo. A resposta a essa pergunta é não, mas não se trata de um não simples, a questão é mais complexa. Uma grande parte das mulheres por aqui usa véu e cobre os cabelos, muitas usam véu, mas não cobrem os cabelos, outras cobrem tudo menos os olhos (isso é mais raro). Ainda não tive a oportunidade de ver mulheres cobertas de forma total, em que mesmo os olhos estão por debaixo da roupa. Esse tipo de vestimenta é mais comum no sul do Afeganistão.

No lado de fora da Mesquita Faisal: "Senhoras não são permitidas sem roupas adequadas"
Aqui no Paquistão, a regra é que não se pode mostrar ombros nem joelhos. Isso serve inclusive para os homens, que, na falta de uma palavra melhor, usam vestimentas que lembram um pijama comprido, uma espécie de bata de tecido simples na cor branca, bege ou, mais raro, azul. A última moda entre os paquistaneses não está na roupa, mas no cabelo e na barba: muito pintam barba e cabelo de vermelho ou laranja. Fica... estranho.

Ao contrário do que se possa pensar, no entanto, as mulheres paquistanesas são bastante vaidosas (e isso parece verdadeiro também para mulheres muçulmanas de outras nacionalidades). A roupa feminina é, até certo ponto, parecida com a dos homens (uma bata comprida até a canela ou joelho e calça larga), mas varia em termos de tecido, cor, estampa e quase tudo que se possa imaginar. Trata-se de um festival de imaginação e criatividade, com muitos acessórios e maquiagem em alguns casos, e muita, muita cor. É tanto pano envolvendo essas mulheres que fica difícil entender como suportam o calor que supera os 40 graus no verão. São guerreiras, sem dúvida. Perguntei a uma delas (que só mostra o rosto, nada do cabelo) se não era quente demais. Ela me disse que não sabia dizer, pois estava tão acostumada que se sentia estranha sem os panos todos. Ela me disse ainda que usa a vestimenta dessa forma por opção. Foi uma resposta inesperada e reconfortante. Ainda há muito para se compreender nesse quesito.

Três lenços que já comprei por aqui. Custaram 28 dólares no total.


É possível ver na rua pessoas vestindo “roupas ocidentais”, inclusive entre as mulheres, embora raro. Há lojas vendendo esse tipo de roupas, mas são poucos estabelecimentos com pouca variedade. 

Será que terei que me render às batas paquistanesas em breve?

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Post de estreia



Paquistão

Oficialmente, República Islâmica do Paquistão. Comecemos pelo começo. Embora de história milenar, o Estado paquistanês moderno foi fundado em 1947, após a independência da Índia Britânica. É o sexto maior do mundo em população, com cerca de 162 milhões de habitantes espalhados por 880 mil km2. É como se quase toda a população brasileira vivesse apenas nos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O país é dividido em quatro províncias (Baluchistão, Província da Fronteira Noroeste, Punjab e Sind), além do território federal de Islamabade e territórios tribais autônomos. Outras áreas administradas pelos paquistaneses incluem a Caxemira paquistanesa e as áreas do Norte (Gilgit Baltistão). Só para termos de comparação, o salário mínimo no Paquistão é de 90 dólares. O custo de vida é muito baixo.


Islamabade

Foi planejada e construída nos anos 1960 para ser a capital do Paquistão, em território mais longe do litoral. Em vários sentidos, Islamabade é uma cidade similar a Brasília, sendo a cidade administrativa do país enquanto outras cidades desempenham funções mais importantes do ponto de vista econômico e cultural. É arborizada e tranquila, praticamente sem edifícios, só casas. O tráfego funciona muito bem, e as vias são surpreendentemente boas e estão em ótimo estado.

Isabela

Eu nasci em Porto Alegre em 1983. Sou formada em Jornalismo e Letras e me mudei para Brasília a trabalho em 2010. Foram dois anos em Brasília e agora parto para a primeira aventura no Oriente.


Sejam bem-vindos! Aqui espero contar um pouco sobre essa aventura!

Para começar, essa foto ao lado foi tirada na Mesquita Faisal, a maior do Paquistão e uma das maiores no mundo. É imponente e belíssima. Os minaretes são vistos de boa parte da cidade. Fazia uns 35ºC e tive que usar o casaco e cobrir o cabelo. Não é permitido usar calçados. As pessoas ali nos acharam tão exóticas que nos seguiam e queriam tirar fotos nossas.
Foi uma boa maneira de começar a explorar o Paquistão.  

Os primeiros dias aqui estão sendo de muitas aventuras e pouco tempo, mas espero logo ficar mais livre para contar minhas histórias e publicar fotos.