segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Caminhada nas montanhas

No sábado, dia 17, fiz um passeio diferente aqui em Islamabade: uma caminhada nas montanhas paquistanesas. O norte do país é extremamente montanhoso e aqui perto de Islamabade já se vê algumas montanhas, como a de Nathiagali, onde estive em julho. Dessa vez, fui até Ghora Gali, que fica a mais ou menos uma hora da capital. Lá, fiz uma caminhada de nada menos que 27 quilômetros em 8 horas. A trilha, no meios das montanhas, passando por diversos vilarejos, era tranquila. O mais difícil mesmo foi andar 8 horas com apenas uma parada de 20 minutos para o almoço.

Mas valeu a pena! O lugar é lindo (o norte do Paquistão, região que pretendo explorar mais no ano que vem, é lindíssimo, com potencial turístico enorme, mas, infelizmente, não explorado por razões de segurança), e a experiência foi muito bacana. Do alto da montanha já dava para ver a província de KPK, uma das quatro que compõem o Paquistão. É na província de KPK que fica o Vale do Swat, onde mora a menina Malala (baleada pelo Talibã). Essa região de Swat é descrita como a Suíça da Ásia, pelos montes cobertos de neve e pela vegetação de pinheiros. Por razões de segurança, no entanto, Swat, em especial, é de difícilimo acesso a estrangeiros.

Em Ghora Gali, fomos muito bem recebidos, em especial pelas crianças, mas vale notar que praticamente não se vê mulheres jovens na rua. O que se vê são crianças com menos de 10 anos, homens de todas as idades e mulheres mais velhas. As mulheres mais novas provavelmente estão relegadas ao domínio da casa.

Achei incrível que mesmo no topo das montanhas o celular funcionou perfeitamente, tanto para chamadas quanto para acesso à internet. Isso deve ter alguma relação com os militares já que essa região é caminho para a Caxemira paquistanesa e os territórios disputados com a Índia. Aí, tanto a infra-estrutura para comunicações quanto as estradas são de boa qualidade.






segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Tóquio & Monte Fuji

Estou de volta a Islamabade. A viagem à Tóquio foi incrível! Adorei. Tóquio é imensa, claro, e linda. Lá aproveitei para curtir o lado urbano da viagem: fui a museus, cinema, lojas, andei muito na rua, me aventurei mais com a comida japonesa. O tempo estava ótimo e a temperatura perfeita (entre 12 e 18 graus). Embora poucos japoneses falem inglês, foi muito fácil me movimentar na cidade e me comunicar com as pessoas.

O ponto alto com certeza foi o passeio ao Monte Fuji, que fica mais ou menos a uma hora de carro do centro de Tóquio. O dia estava especialmente belo e consegui tirar muitas fotos muito legais. O Monte é dividido em dez estações. A escalada até a décima e última estação (3.300m) só é possível nos meses de julho e agosto. No resto do ano, só é possível ir até a quinta estação, a 2.300m de altitude (tem que ir de carro). Lá estava uns 5 graus, e a visibilidade era incrível.

A região onde fica o Monte Fuji é muito bonita, muito montanhosa e com densa floresta de pinheiros. O colorido do outono é espetacular. Infelizmente, o passeio foi bem corrido e não deu para aproveitar tanto a região, especialmente a cidade de Hakone, região vulcânica com águas termais.

Em Tóquio, fiquei hospedada no bairro de Shibuya, que é belíssimo, cheio de lojas de marcas e restaurantes lindos. Adorei passear por lá e tinha muita coisa para ver, não vi nem um décimo. Fiquei impressionada com a beleza da arquitetura dos lugares, tudo muito moderno e clean, de muito bom gosto.

Eu moraria em Tóquio sem grandes questionamentos. Acho que o Japão tem todas as qualidades da Ásia com as coisas boas do Ocidente. O problema é que a cidade é de fato muito cara (um almoço simples não sai por menos de 20 doláres) e a questão do espaço é realmente complicada. Tirando as grandes avenidas, as ruas são minúsculas, com espaço para apenas um carro, sem calçada. As casas não têm jardim, a porta está praticamente na rua. Na viagem de Kyoto à Tóquio, uns 360km, só vi cidade atrás de cidade, as casas empilhadas umas em cima das outras. 

Melhor do que palavras, fotos:


Monte Fuji do ônibus do tour

Vista do centro de visitantes

Quinta estação. Tava frio!!!

Mãe e filha a caráter no templo Meiji Jingu

Casamento tradicional xintoísta no templo Menji Jingu

Cruzamento de Shibuya, que aparece no filme Encontros e Desencontros (Lost in Translation)

Templo Sensoji



sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Desvendando Kyoto

Sempre me perguntam, com certo espanto, se eu gosto de viajar sozinha. A verdade é que acho libertador viajar sozinha. É um desafio bom, que estimula e te faz ir pra frente. Eu gosto também de passar vários dias na mesma cidade. É por isso que escolhi ficar cinco dias em Kyoto e mais cinco em Tóquio durante a minha estada no Japão. Assim dá para conhecer o lugar andando sem planos óbvios depois que você já conseguiu se achar na cidade, e isso demora alguns dias. É o que eu mais gosto de fazer, ainda mais agora que praticamente não ando na rua no Paquistão. Minha rotina aqui tem sido sair do hotel no meio da manhã, andar o dia todo e só voltar de noite. Como escurece às 17h e o comércio fecha às 20h, fico sem muitas opções depois desse horário. Ontem resolvi me aventurar em um restaurante de comida local e a coisa foi meio esquisita. O menu em inglês na verdade tinha vários pratos com nomes iguais e preços diferentes. Escolhi um qualquer e veio um prato de noodles e um segundo prato com uma sopa vermelha que parecia ser pura pimenta, um ovo cozido boiando e pedaços de porco (não dava para chamar de carne de porco, era gordura de porco mesmo). Até que não estava tão apimentado quanto parecia inicialmente, mas dei vexame com os chopsticks e o garçom me trouxe um garfo...

Ontem, aliás, fui até Nara, cidadezinha que foi capital do Japão entre 710 e 784. Lá visitei o Nara National Park, onde está o templo budista Todaji, que, dizem, é a maior estrutura de madeira no mundo. No parque, vivem dezenas de veados selvagens que andam soltos entre os visitantes e às vezes atacam as pessoas para roubar comida. São um show à parte. 



Depois de Nara, peguei um trem de volta a Kyoto e parei na estação de Inari para visitar o templo xintoísta de mesmo nome (Fushimi Inari Shrine). Foi impressionante. Os templos xintoístas têm esses portões na cor laranja, chamados Tori, que marcam a passagem do mundo físico para o espiritual, e esse templo em especial tem um caminho composto de centenas desses portões. É lindo. 




Hoje aproveitei o dia (estava meio chovendo) para andar pelas ruas de Kyoto. A cidade tem várias ruas cobertas de comércio para pedestres (Teramachi). Tem de tudo, até loja exclusiva de bengalas. Uma dessas ruas é um mercado de alimentos, o Nishiki Market, e lá vi muita coisa difícil de identificar. Foi bem divertido.


Terminei o dia numa loja de eletrônicos. Tinha muita coisa! De enlouquecer... principalmente artigos para máquinas fotográficas. Amanhã vou visitar mais templos e mais comércio. Domingo, o destino é Tóquio.